Casa cheia, Real Madrid recém derrotado no campeonato espanhol, 1 a 0 em casa contra o modesto Sporting de Gijón, a volta do time da casa nessa etapa da competição, a ascensão do time revelação Tottenham, que já havia se classificado em 1° lugar no mesmo grupo em que residia o atual campeão Inter e eliminou o Milan nas oitavas, todos os sintomas predispostos a um duelo equilibrado, enérgico e de grande exibição. Os favoritos a astro da noite já estavam determinados, com presenças de Cristiano Ronaldo, Marcelo, Özil e cia e por parte do time inglês Bale, o xodó e vilão presente principalmente na memória dos italianos, mas o papel principal já estava reservado a outro.
E o jogo estava encaminhado conforme o enredo, com o time merengue atingindo por quatro vezes em quatro minutos o gol de Gomes, que após o escanteio numa dessas investidas observou sua tal "zona do agrião" ser ocupado por um frequentador assíduo da mesma, que serenamente deslizou para o canto direito do goleiro brasileiro, atrapalhado por Modric, 1 a 0 Real.
Eis que aos 8 minutos se inicia as ações do catalisador da partida, num investida de pura irresponsabilidade Sir. Peter Crouch estica a perna em uma tentativa infundada e desnecessária de roubar a bola, acertando o lateral Sergio Ramos, Cartão Amarelo. Pouco se passou e o atacante inglês não aprendeu a lição, em outro alento fútil e desequilibrado, em um ataque que nem ao menos se faz de sua característica e não é de seu feitio a técnica necessária para tal, o desengonçado encontrou Marcelo, que com toda sua astúcia recebera a estocada, fim do ato final, a tal da chave de ouro, uma imprudência que gerou o 2° Amarelo, culminando no seu mais belo feito: a expulsão.
O jogo que já era nervoso tornou-se ainda mais tenso, mas com um total controle do time da casa. O duelo não era mais visto e o equilíbrio já tinha outra alcunha: domínio. O Tottenham que já não tinha tantas opções limitou-se a velocidade de Bale oriundos de chutões e a bolas paradas. Raros momentos. Com o jogo em apenas um terço do campo, o Real comandava o ritmo do jogo, com belos momentos do lateral brasileiro e do meia argentino, Di María. E os favoritos a principal e desbancados por Crouch, Cristiano Ronaldo e Özil tiveram suas atuações muito abaixo das expectativas. Fim da etapa inicial.
Apesar do mando merengue, o time londrino tinha tudo para seguir no placar que sairia quase gratuito para o seu retorno. Tinha. Cristiano volta diferente e Marcelo segue em sua ascensão vertical, e este ultimo, após inúmeras tentativas encontra o algoz do visitante, Adebayor, que munido da camisa vermelha do Arsenal já havia marcado 8 gols contra os Spurs, em outro oportuno descanso da zaga, o atacante de Togo sobe mais que todos e novamente de cabeça coloca o seu segundo gol no jogo. Segundo do time da casa. 2 a 0 Real.
O controle da equipe espanhola era constante e ministrados por Marcelo e Cristiano o Real tocava a bola com autoridade, quando surge o habilidoso argentino Di María, que em jogada individual adentra na área e acerta um preciso chute de canhota endereçado a tal ave tão maltratada. 3 a 0 Real
Os brasileiros Kaká e Marcelo comemoram junto aos companheiros a fácil vitória por 4 a 0 em cima do abatido Tottenham. (Foto: Reuters) |
Por Vitor T. Abrantes
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